CBH-BS comemora 27 anos da sua instalação na 64ª Reunião Ordinária
Publicado por Midia CBHBS em
O evento contou com uma visita técnica à Sala de Situação, apresentação de
projetos relacionados à segurança hídrica, às mudanças climáticas e ao apoio à
Defesa Civil da Baixada Santista.
No último dia 1º de dezembro, a 64ª Reunião Ordinária do CBH-BS foi realizada no teatro Eva Wilma, em Itanhaém (SP). Além de ter sido a primeira reunião presencial em dois anos por conta da pandemia, na ocasião, os participantes festejaram os 27 anos de instalação do Comitê das Bacias Hidrográficas da Baixada Santista. A Mesa Diretora foi composta inicialmente pela Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista e Prefeita de Praia Grande, engenheira Raquel Auxiliadora Chini, pelo Vice-Presidente, Nelson Portéro Junior, pelo Secretário Executivo do CBH-BS, Sidney Felix Caetano.
Também estavam presentes e foram convidados a compor a mesa o Prefeito de Itariri, Dinamerico Peroni; o Prefeito Municipal de Itanhaém, Thiago Cervantes; o Secretário Adjunto de Meio Ambiente de São Vicente, Mário Bueno; o Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Santos, Marcos Libório; o Representante da Superintendência do DAEE, Nelson Garbelotto; e o Deputado Federal, Alberto Pereira Mourão. Representantes do Estado, Municípios e sociedade civil marcaram presença, assim como representantes das Câmaras Técnicas e das Comissões Especiais e convidados. Compareceu também toda a Defesa Civil da Região Metropolitana da Baixada Santista.
A reunião seguiu com as apresentações dos resultados dos trabalhos financiados com os Recursos do FEHIDRO, aprovados pelo CBH-BS, incluindo o monitoramento e a coleta de dados para o controle pluviométrico e fluviométrico da região, e apresentação da Sala de Situação e de projetos relacionados a Eventos Extremos de ressacas, necessários ao apoio à Defesa Civil da Região Metropolitana da Baixada Santista e a Sustentabilidade Hídrica e Eventos Climáticos Extremos.
Sala de Situação de Recursos Hídricos
O M.Sc. Fábio Rodrigo (LocalSIG) apresentou o projeto da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Vale do Ribeira – AEAVR: Implantação da Sala de Situação de Gerenciamento de Recursos Hídricos. O programa, que recebeu investimentos do FEHIDRO no valor de R$ 995.000,00, está em fase de execução. A Sala de Situação dispõe de infraestrutura física e tecnológica para apoiar o CBH-BS, o DAEE BAT/BAIT e as ações da Defesa Civil dos municípios da Baixada Santista.
Os sistemas implantados têm o objetivo de monitorar os recursos hídricos para prever fenômenos naturais críticos, como cheias e secas, nas principais sub-bacias da Baixada Santista facilitando tomadas de decisão.
SACI – Sistema de Alerta para Chuvas Intensas na Baixada Santista
Os Drs. Waldênio Gambi de Almeida (INPE) e Matheus Souza Ruiz (Unisanta) apresentaram o SACI – Sistema de Alerta para chuvas intensas na Baixada Santista, que recebeu investimento de recursos do FEHIDRO de R$ 449.600,00.
A missão do SACI é aprimorar a previsão de modelos numéricos disponibilizados em escala global ou regional, com o foco na representação de eventos de precipitação intensa que desencadeiam eventos de inundação e/ou alagamento na escala local. O sistema também será capaz de prever ventos extremos que causam riscos à população na região metropolitana da Baixada Santista.
O trabalho está em execução e, durante o projeto, gestores da região recebem alertas antecipados de probabilidade de ocorrência de eventos extremos relacionados a chuvas.
IARA – Implantação do Sistema de Alerta para Ressacas e Alagamentos na Baixada Santista
Com investimento FEHIDRO no valor de R$ 398.750,00, a proposta da AEAVR de Implantação do Sistema de Alerta para Ressacas e Alagamentos na Baixada Santista – IARA-BS, apresentada pelo Dr. Renan Braga Ribeiro (Unisanta), coloca em operação um sistema de modelagem numérica com identificação de ressacas e marés altas capazes de desencadear inundações e alagamentos na região.
Os resultados oferecidos pelo sistema são disseminados através de um software amigável para os gestores de recursos hídricos e da defesa civil dos municípios, de forma que possam diagnosticar e prever eventos climáticos para dar suporte à gestão de riscos de inundação costeira na região.
REDE TELEMAR – Implantação do Sistema de Rede de Monitoramento Telemétrico em Cursos D’água sob influência de Marés
A Implantação da Rede de Monitoramento Telemétrico em Cursos d’água sob Influência de Maré – REDE TELEMAR foi outro projeto da AEAVR apresentado por M.Sc. Fábio Rodrigo. Com investimento FEHIDRO de R$ 549.590,44, a implantação do sistema de obtenção de dados dos níveis em tempo real nos cursos d’águas sob influência de maré para gestão dos recursos hídricos está em andamento.
Esta é mais uma ferramenta que será disponibilizada aos gestores de recursos hídricos e àDefesa Civil dos municípios, a fim de que possam diagnosticar e prever eventos climáticos para dar suporte à gestão de riscos de inundação.
Monitoramento fluviométrico em tempo quase real e Modelagem Hidrológica
Apresentado pela M.Sc. Engenheira Alexandra Sampaio (Unisanta), o trabalho reuniu dois projetos Monitoramento fluviométrico em tempo quase real e Modelagem Hidrológica nas Bacias Hidrográficas do rio Cubatão, e dos rios Mogi e Itapanhaú. Somados, receberam R$ 770.699,00 de investimentos FEHIDRO.
O maior benefício destes projetos é a retomada do monitoramento hidrológico após 40 anos de interrupção, e a associação às plataformas de integração e disseminação de dados aliadas a modelos operacionais para previsão hidrometeorológica. Como desafios, o projeto considera a manutenção e o aprimoramento contínuo do sistema completo em operação; integração com os atores locais para determinação dos limiares de segurança para alertas adequados e também com os agentes intervenientes na bacia (captações, represamentos, turbinamentos, etc.)
Futuramente, há previsão de associar o trabalho ao monitoramento da qualidade; integrar com sistemas de drenagem urbana e nível do mar; integrar com dados do radar meteorológico; aplicar tecnologias de machine learning (método de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos) para riscos de inundações.
Implantação e Operação de Rede de Monitoramento Hidrológico
O projeto de Implantação e Operação de Rede de Monitoramento Hidrológico nos Principais Cursos D’água da Região do CBH-BS, da ABAVAR, apresentado pelo Dr. Vilmar Antônio Rodrigues, prevê uma rede hidrometeorológica, com geração diária, semanal e mensal dos índices de secas e de cheias, balanços hídricos e anomalias; inserção dos parâmetros hidrometeorológicos na web, bem como o acesso e a disponibilização on-line, via web, na Sala de Situação; e gerenciamento de recursos hídricos.
O monitoramento integral dos recursos hídricos possibilitará novos estudos, além de subsidiar as autoridades locais na ocorrência de eventos climáticos críticos. Esse projeto recebe investimento do FEHIDRO no valor de R$ 800.000,00
Ampliação da Rede de Monitoramento Hidrológico
Dr. Vilmar Antônio Rodrigues também apresentou o projeto da ABAVAR de Ampliação da Rede de Monitoramento Hidrológico das Bacias do CBH-BS. O trabalho, que já está em execução e recebe recurso FEHIDRO R$ 400.000,00, coloca a rede hidrometeorológica interagindo com a rede hidrológica operada pelo CTH – Centro Tecnológico de Hidráulica (USP)/DAEE, nos seguintes rios:
• Rio Branco, Itanhaém (Captação Sabesp);
• Rio Preto, Itanhaém (Fazenda Bargieri);
• Rio Mambu, Itanhaém (Fazenda Mambu);
• Rio Aguapeú, Itanhaém (Ponte da Estrada Joaquim Branco);
• Rio Branco ou Boturoca (Ponte da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, Km 279);
• Rio Itapanhaú, Bertioga (Captação Riviera e Sabesp);
• Rio Perequê, Cubatão (Parque do Perequê).
Implantação e Operação de medidores de vazão fixa d’água
Está em análise o projeto da AEAVR de Implantação e Operação de Medidores de Vazão Fixa d’água nos Rios Aguapeú, Itapanhaú, Itariru e Perequê (Cubatão) da Bacia Hidrográfica da BS. A apresentação foi feita pelo Dr. Vilmar Antônio Rodrigues. O empreendimento prevê recurso FEHIDRO de R$ 1.100.000,00.
Uma vez que a preservação dos recursos hídricos e a segurança hídrica dependem diretamente do monitoramento das variáveis meteorológicas, em especial a chuva, contar com uma rede meteorológica automatizada significa dar suporte imediato às ações de gestão de uso da água e planejamento hídrico. As medições de vazão devem ser feitas com instrumentação estacionária utilizando tecnologia de medição doppler área x velocidade, com a geração em tempo real, diária, semanal e mensal dos índices de vazão e anomalias.
Monitoramento dos sistemas de emergência na BS
Monitoramento dos Sistemas de Emergência na Baixada Santista a partir de radar meteorológico de alta precisão é um projeto do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica, apresentado pelo Dr. Carlos Morales (IAG/USP). O projeto prevê recurso FEHIDRO de R$ 4.000.000,00.
O aprimoramento dos sistemas de emergência na Baixada Santista a partir de radar meteorológico banda x de alta precisão deverá melhorar o monitoramento de eventos críticos; aprimorar as estimativas de precipitação na BS em 50%; e disponibilizar mapas de chuvas em tempo real na BS.
Continuidade dos monitoramentos para Projetos e Gestão de recursos hídricos e sistemas de alerta
O engenheiro Gré de Araújo Lobo (CTH – DAEE) fez um alerta sobre a importância da continuidade dos monitoramentos para projetos e gestão de recursos hídricos e sistemas de alerta. Sua apresentação foi dividida em sete etapas:
1 • Redes Hidrológicas na Baixada Santista
Investimentos iniciais de implantação com recursos FEHIDRO e outras fontes e posterior manutenção das redes implantadas.
2 • Monitoramento Hidrológico
Passado: Séries Históricas (DAEE)
Presente: Monitoramento convencional, automático e telemétrico
Futuro: Modelos Matemáticos, onde os principais usuários serão a Defesa Civil em Especial, o CBH-BS, o DAEE, a CETESB, a SABESP, Prefeituras, Universidades, entre outros.
3 • Projetos e Gestão de Recursos Hídricos
O engenheiro Gré de Araújo Lobo apresentou numa linha do tempo o monitoramento convencional automático e telemétrico atual; e modelos matemáticos que poderão ser implantados num futuro, alertando para a necessidade de as Salas de Situação terem dados hidrológicos medidos.
4 • Efeito dos dados de Monitoramento
Com esses dados essenciais é possível prever cheias, e estiagens com 50 dias de antecedência.
5 • Recursos Medições de Vazão e Operação de Rede
Através de gráficos, o engenheiro Gré de Araújo Lobo assinalou que na década de 1970, o número medição de vazão/ano era 1.600. Com a falta de investimentos esse número foi drasticamente reduzido em 1995. A partir de 1995, com o surgimento dos investimentos do FEHIDRO, as calibrações dos modelos se mantiveram.
6 • A CERTEZA: o aumento da temperatura
A influência humana sobre o aquecimento global ocorre em ritmo sem precedentes. Rondam incertezas: o aumento da temperatura e outros fatores também se alteram? Quais? O Clima se altera, as médias de chuva, de ventos, vazões, marés, etc., mudam? As calibrações dos modelos se mantêm? Para obtermos essas respostas é preciso medir!
Visita Técnica à Sala de Situação de Recursos Hídricos
Ao final da reunião, os participantes foram convidados a conhecer a infraestrutura da Sala de Situação, que está localizada na Unidade de Serviços e Obras de Itanhaém, BAT-BAIT. A ocasião contou com a presença da Diretora do Alto Tietê e Baixada Santista, a M.Sc. Engenheira Seica Ono.
A Prefeita de Praia Grande Engenheira Raquel Chini, cercada de todos os colaboradores, agradeceu a todos os presentes, e anunciou que a Sala de Situação será utilizada para monitorar os recursos hídricos e prever situações potencialmente críticas nas principais sub-bacias da Baixada Santista. Concluiu lembrando que essa é uma ferramenta de grande importância por facilitar tomadas de decisão de gestores do CBH-BS, do DAEE BAT/BAIT e da Defesa Civil da Baixada Santista.
No encerramento da reunião, todos confraternizaram ao ar livre, com serviço de brunch e bolo de aniversário.